sexta-feira, 14 de março de 2014

AS FACES DO MEDO


AS FACES DO MEDO
por Vera Ghimel 



Segundo o dicionário Aurélio, medo é um sentimento de viva inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário, de ameaça. Mas tudo começa bem antes do nascimento. Vem como escolha no pacote do projeto reencarnatório. Escolhemos quais os medos enfrentaremos ao atravessar a vida atual.

Descrevo abaixo alguns deles que compreendem uma boa parte de nossas inseguranças.

Primeiro: o medo da INCOMPETÊNCIA

É aquela pessoa que trabalha muito, de uma forma abnegada e permanece, modestamente, no segundo plano. Ela nega as próprias necessidades e dá muita importância às dos outros. É agradável e não cria problemas. Sempre admite que os outros são melhores e foge das situações em que se espera algo dela.

Quando solicitada, comporta-se com humildade, numa atitude de submissão enraizada no medo. A modéstia se manifesta como perfeccionismo ou auto-humilhação. No fundo ela tende a negar sua força, seus talentos, sua capacidade de amar, mas também negará a sua raiva, o seu ódio por todos aqueles que são melhores, mais bonitos ou mais inteligentes do que ela.

Este medo decorre das experiências em infância e juventude, no auge de sua afirmação pessoal, onde teve que enfrentar a rejeição dos pais e professores, deixando-a confusa entre a sua afirmação pessoal e a aprovação dos outros.

O segundo medo é o da VIVACIDADE

... Ou de perder o controle do que parece importante, necessário e imprescindível à vida. Como conseqüência, ela tenta destruir a realidade, eliminá-la ou apagá-la. Tenta não deixar a própria alegria de viver transbordar, por ser ameaçador demais.

Foi, possivelmente, uma criança ensinada pelos pais a não esperar nada da vida e que precisa se preparar para os infortúnios que virão. Essa pessoa poderá virar-se contra o prazer vivido em seu próprio corpo tornando-o doente.

Ela se auto-sabota. Medicamentos, drogas, álcool, são alguns dos métodos para impedir a vida fluir. Mas pode também virar esse boicote para fora, tornando-se um desmancha-prazeres, pessimista, intrigante, etc.

O terceiro medo é o da INUTILIDADE

Este medo torna a pessoa um verdadeiro mártir. Foi, provavelmente, uma criança rejeitada e abandonada. Não foi suficientemente amada e por isso carrega a sensação de não ser digna de amor.

Atribui a si mesma a culpa de todos os acontecimentos ruins. Ela chantageia a todos à sua volta e busca a sua satisfação pessoal no fato de não se defender. Busca através do martírio, gratidão, atenção, admiração e amor.

O quarto é o medo da INCONSTÂNCIA

Traduzindo, é o medo da mudança. O que não se conhece muitas vezes passa a ser assustador. Quando a mudança torna-se inevitável, a pessoa parte para obstinação. Depois de tomar uma decisão há tempo necessária, o obstinado sente-se mais animado. E ele sofre porque parte da idéia que ele pode, sozinho, modelar a sua vida. Fica preso entre o desejo pelo velho e o anseio pelo novo.

Na infância não deve ter podido demonstrar uma teimosia saudável. Isso impediu o desenvolvimento de sua vontade e, na fase adulta, insiste obstinadamente em fazer as coisas que quer. Muitas crianças são deixadas repentinamente com outras pessoas, o que faz com esse adulto reaja mal às mudanças bruscas e às situações as quais não consegue controlar. Isso pode fazê-lo cair numa depressão.

O quinto medo é o da CARÊNCIA

Traz como conseqüência a ansiedade. É ela que faz com que a pessoa use toda a sua energia para obter o que presumidamente lhe falta conquistar. Muitas vezes, uma criança não é alimentada devidamente o que pode levá-la a comer demais e armazenar mais do que pode digerir. Mas somente irá se liberar da ansiedade quando perceber do que sente falta e do que tem medo de não ter.

O sexto medo é o de SOFRER ou de ser FERIDO

E é aí que o orgulho aparece. A pessoa acredita que só pode conquistar o amor ao se apresentar para o próximo como alguém que sabe mais, que pode mais e que tem acesso aos segredos que estão ocultos aos demais. Um desses segredos é ele próprio.

A pessoa orgulhosa é, na verdade, vulnerável, sensível e tão facilmente ofendida em sua auto-estima que acredita que só poderá sobreviver se erguer um muro de proteção da proximidade dos outros. Foi uma criança desvalorizada e humilhada em seus esforços de agradar e ser aceita.

Acha insuportável quando o seu valor é posto em discussão. Vive menosprezando a todos como forma de proteger o seu ego. Esse orgulho pode se apresentar de duas formas: uma extremamente arrogante e crítica e a outra silenciosa com timidez e inibição, como se protegesse a sua própria grandeza do assédio dos demais.

O sétimo é o da NEGLIGÊNCIA

Sua face se mostra pela impaciência. Ele sofre por não conseguir parar. Não se alegra com o que já obteve. É a criança que, possivelmente, teve dificuldades ao nascer e nos primeiros anos de vida, podendo ter tido risco de morte. É o medo da morte prematura fazendo com que o adulto esteja sempre com uma inquietação existencial.

Nossos medos precisam ser reconhecidos como uma planilha de tarefas a cumprir.
Cada um deles cumpre o seu objetivo para desenvolver o nosso projeto de reencarne.

Como sempre me refiro em outros artigos, esse projeto não é submetido à apreciação de ninguém, portanto, é de nossa responsabilidade.

Vamos integrar esses medos e viver com mais espontaneidade.

Olhemos no espelho e façamos a pergunta: “Do que tenho medo e por quê?”


Por favor, respeite todos os créditos ao compartilhar.
http://stelalecocq.blogspot.com/2014/03/as-faces-do-medo.html
Vera Ghimel - veraghimelv@gmail.com
Fonte: STUM 

LUZ!
STELA

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